No córgo da Itubaiarana Lá em Jaboticabár O dia foi escurecendo E vinha vindo um temporár O senhor seu Frederico Corria no carrascá Por não pegar a sua mula Começô a praguejar Porque que Deus Não manda um raio Pra essa mula espedaçar A mula tava veiaca Seu irmão foi ajudá Lázaro era ligeiro E trataro de arriá Seu Frederico de reiva Quase nem pôde falá Chegô a aí fora da anca Fez até a mula urrá A derradeira despedida Na mangueira deixô siná Ele foi buscá seu gado Logo pegô a chuviscá Embaixo de uma perobeira O castigo foi chegá Deu um curisco no céu Faísca riscô nos ar O raio deu nele e na mula Derrubô os dois no lugá E derreteu tudo as argola Que tinha no peitorá Quando ouviram aquele estralo Que chegô a fumaciá Sairo tudo correndo E começaro a percurá Do jeito que foi achado Eu nem gosto de alembrá Ai meu coração até cortá Vendo sua mãe clamá Ai meu fio da estimação Por que que Deus foi me tirá