Me abriga, neblina dos bares? Que vem da fumaça soprando lamentos Espalha esse cinza adequado E mostra a vontade do vento Rabiscos num espelho embaçado Fingir que há eterno no instante O flerte aquarela que faço Com trocas de olhares se sonha romance Os amores que menos merecem Semeando com dor as melhores poesias Me queixo da queda que causo Me vendo em pedaços no fim da boemia Seus olhos de um azul cobalto Me lembram A Noite Estrelada Debocho dos refinamentos Bem como Van Gogh em suas pinceladas Somos borrões espalhados em telas as paredes do tempo expõe memórias Eu vim prece mundo sedento por conhecimento e aprendi nossa história Na chama das lutas passadas forjei como arma a verdade Toda riquezas que hoje cês guardam não foi merecimento foi morte e pilhagem Domino os demônios da mente Dizendo as mentiras do um dia quem sabe Se hoje não foi o seu dia Amanhã não é certeza, é oportunidade Amores melhores sementes Que a dor que merece ao fazer poesia Me quedo de queixo, que causo Colhendo esses cacos da noite vazia