Por que razão os olhos meus Tão fascinados vivem pelos olhos teus Que sedução, aí que traição Nessa pupila que tranquila me traz sempre em vibração O coração vejo brilhar Na orfandade de uma grande saudade Uma saudade singular sem que jamais possa explicar Por que motivo presa vivo em teu olhar Dentro em teus olhos, calma dormida Vejo minha alma transparente e refletida Qual num rosal, o teu retrato Na luz brilhante refulgente de um regato de cristal Neles por isso vivo enleado Não sei se é fado, se é destino ou se é feitiço Só posso crer que eu te jurei Que há nestes astros um condão Que me traz acorrentado o coração Se estes fanais vejo brilhar Confabular com o firmamento aberto em luz Posso dizer que me pusestes Os olhos meus não posso mais desprender dos teus azuis Posso dizer, posso afirmar Que de paixão por ti não ardo nem me inflamo Eu não te amo, nem te amei Eu não sei qual a explicação pra essa cruel Revel confraternização