Numa cama de pelego, lá na beira da estrada Começou o nosso amor, noite linda enluarada Este amor xucro e selvagem que nasceu num campo aberto Galopando pela noite buscando seu rumo certo Assim vou passando a noite, envolvido nos teus braços Descansando no teu corpo, aliviando meu cansaço. Sobre coxilhas e montes, que eu andei não fiz atalho Descobri a fonte certa, água pura no cascalho Gineteando esse amor xucro, que a madrugada rasgava E o ar frio desta noite, o sereno nos molhava Essa tropa de carinho, repontei nesta jornada Cavalguei a noite inteira neste tranco de boiada. Vagalumes iluminam a pureza deste instante E a tropeada continua neste tranco incessante Lá vêem a barra do dia, e a lua já se escondeu Sorrindo pediu-me um poncho, se cobrindo adormeceu Nesta tropeada de afagos, jamais eu me esqueci Sorrindo beijei seus lábios e também adormeci.