O fogo aquece mas também pode queimar A água mata a sede mas pode afogar O amor da gente pra um dia ser perfeito Precisa de tomar jeito desatar, nem sufocar O espinho da roseira costuma fazer cegueira Em quem espia bem de perto o amor A angustia de uma noite parece uma vida inteira Que besteira! Chega o dia e leva a dor É um calafrio doce que eu achava que só fosse Um descanso na loucura, um respirar Será o amor perfeito só uma flor? É a pergunta que insiste e vai teimando em perguntar É quando a fonte seca que se vê o valor da água Isso é coisa que a gente tem que aprender O sábio nunca diz tudo que sabe Mas tolo que não sabe sempre inventa o que dizer Pra tudo existe um tempo, tempo de nascer, viver De plantar e se colher o que plantou Chorar, sorrir, amar, tempo de se reencontrar E o nosso tempo penso que não acabou