Quando tentei ver a costa Não vi nada a não ser mar Tava distante de tudo Sem porto pra me aportar Tinha no peito um aperto Uma pena a me tatuar Longe das luzes do cais No meio de águas profundas demais Sem rumo nem norte Estava lançado à sorte Já não sabia de nada Ficava a me perguntar Pr'onde será que isso tudo Promete me navegar Era um mistério profundo Uma dúvida a me ancorar Era feito um vagabundo Forçado a se aventurar Tinha perdido as amarras E o mar a se enfurecer Meu coração navegante Saiu do quadrante E eu a enlouquecer Mas apesar das tormentas De um modo eu sobrevivi Mesmo que fosse de um jeito Levado daqui pra ali Ainda nem todo refeito Só eu sei o que senti Mesmo que não sendo direito Confesso não me perdi