Foi chegando de mansinho Numa garoa bem fina Pouco mais do que neblina Molhando a vegetação Respingou-me de repente Lembranças da mocidade E foi pingando saudade Dentro do meu coração Os pingos logo deixaram Meu peito todo inundado Com lembranças do passado Borbulhando em minha mente Por horas fiquei sugando Cada gota de alegria Que através da poesia Derramo aqui no presente Saudade é coisa divina Cada um tem sua história Permanece na memória E só quem sente conhece Quando estamos em silêncio Ela percebe o momento De invadir pensamentos Logo depois que anoitece Tira o sono da gente Quem nem doce de criança Deixa rastros de lembrança Em caminhos desiguais Traz o passado ao presente Eu nem sei como juntou Mas água que já passou Se foi e não volta mais