Desconfio que seja um poeta Do passado de uma geração E apesar de anos de estrada Eu não canto e nem toco nada Só escrevo por inspiração... Vou criar o que o povo admira Pra exaltar a vida do caipira E as coisas lindas do sertão. Eu preciso de uma viola De um violão pra acompanhar De parceiros que tenham pegada De uma dupla bem afinada Com coragem de emparceirar... Pra lançar sementes ao vento E buscar através do talento Um atalho pra gente gravar. Admiro a vida do caboclo Que labuta pra ganhar o pão Ele é mais um herói que brilha E pra sustentar sua família Corta terra e bota o pé no chão... É astuto e bastante eficiente Sempre cuida do meio-ambiente E das coisas lindas do sertão. Seu adubo é todo natural Que prepara para plantação Se passar um tempão sem chover Ele não deixa nada morrer Puxa água lá do ribeirão... Na cidade só vai de cruzada Seu recanto não troca por nada Nem as coisas lindas do sertão.