Em quarenta e cinco Eu nasci nesse Rio Grande Não tem quem me mande Só obedeço a Deus do céu Na anca do pingo Vão os sonhos meus E somente a esse Deus Esse peão tira o chapéu Por ser um bom gaúcho Tenho amor a essa terra Foi lá no pé da serra Onde finquei minha morada Assim aprendi Amar a esse pago E tomar um mate amargo Nessa linda madrugada Isso é Rio Grande Pra quem se criou no campo Ouvindo o gado berrando É essa a lembrança que trago Isso é Rio Grande Pra quem se criou no campo Ouvindo o gado berrando E tenho amor a esse pago Ao romper do dia Vejo lá no horizonte Por de trás do monte O Sol vai levantando Abre o peito e canta O galo garnisé Com certeza isso é O Rio Grande acordando Como é lindo ouvir O som que faz a passarada Pela madrugada Sempre é um baita barulhão A vaca leiteira surge De trás do potreiro Berrando pelo terneiro Que tá escondido no galpão