Eu sou o vento minuano Se rebolcando lá fora O sol ao romper da aurora Que sem limite se expande, Eu sou grito do ataláia Ecoando lá nas coxilhas Sangue de herói farroupilha E o coração do rio grande. Eu sou a seiva da terra Alimentando as florestas A passarada em orquestra Que o maestro não regeu, Sou força de potro xucro Com garra e procedência Que não esquece a querência Do rincão onde nasceu. Sou a água cristalina Que brota rasgando o chão Estrela na escuridão Parceireando com a lua, Sou a armada do laço Que se atira nas guampas Nata da raça do pampa Que a história perpetua. Eu sou o índio guerreiro De espada, lança e garrucha A própria essência gaúcha De alma pura e campeira, Sou a lagoa dos patos No litoral que se vai Águas do velho uruguai Barranqueando fronteiras.