Saudade não se enfrena É ela que enfrena a gente Vai nos levando a passito Pra derrubar lá na frente, Saudade aperta o bocal Que nem arrocinador Monta cravando as esporas Num coração sofredor. Saudade a gente só mata Voltando a velha querência E assim nos livramos dela Até o fim da existência. Saudade fica rondando As ondas do pensamento Se aprochega sorrateira No derradeiro momento Sem ter pena do vivente Se aloja no coração Causa tristeza profunda Que termina em depressão. Saudade a gente só mata... Saudade sabe rastrear Que nem cão farejador Não adianta se esconder Na cidade ou no interior E quando ela resolve Judiar da vida do peão Vai sufocar dia e noite Nas horas de solidão. Saudade a gente só mata...