Encontrei o meu pedaço na Avenida de camisa amarela Cantando a Florisbela, oi, A Florisbela Convideio-o a voltar pra casa em minha companhia Exibiu-me um sorriso de ironia E desapareceu no turbilhão da Galeria Não estava nada bom O meu pedaço, na verdade estava bem mamado Bem chumbado, atravessado Foi por aí cambaleando Se acabando num cordão Com o reco-reco na mão Mais tarde, o encontrei num café Zurrapa do Largo da Lapa Folião de raça Bebendo o quinto copo de cachaça Voltou às sete horas da manhã Mas só na quarta-feira Cantando a Jardineira, oi, a Jardineira Me pediu, ainda zonzo, um copo d'água com bicarbonato O meu pedaço estava ruim de fato Pois caiu na cama e não tirou nem o sapato Roncou uma semana Despertou mal-humorado Quis brigar comigo, que perigo, mas não ligo O meu pedaço me domina, me fascina, ele é o tal Por isso não levo a mal, pegou a camisa, a camisa amarela, botou fogo nela Gosto dele assim, passada a brincadeira, Ele é pra mim, (Meu Senhor do Bonfim!)