Olho a cegueira do mal, gemendo, acendendo a vela da fome da sede de ser Vejo a viseira do tempo esperando o tapão do horizonte dos bois do saber Olho a avalanche da guerra, o rugido da serra revanche da terra mãe de todos nós Vejo a topeira de Antônio, Buraco de Ozônio e a CNN, nosso porta-voz E você quer que eu lhe faça uma canção de amor Você pediu que eu lhe fizesse uma canção de amor você quer que eu lhe faça uma canção de amor Você pediu que eu lhe fizesse uma canção de amor Olho o foguete partindo o cimento chegando edifício subindo com destino ao céu Vejo o menino pedindo pra gente com a boca cuspindo seu dente é o féu é o féu Olho a tormenta do povo a falta do novo o estorvo o corvo o corpo e a fama Vejo a mulher pela fresta uma bala na testa uma arma na cama é a lama é a lama E você quer que eu lhe faça uma canção de amor Você pediu que eu lhe fizesse uma canção de amor Você quer que eu lhe faça uma canção de amor Você pediu que eu lhe fizesse uma canção de amor Vejo os meninos na noite um sonho fugaz seus carrões me deixando pra trás Vejo a nudez da menina, a chacina envermelhando a esquina da praça da paz Que eu corra como um cão danado à procura de um verso de amor pra escrever pra você Mas morra esmagado pelo caminhão da masmorra, essa zorra chamada viver E você quer que eu lhe faça uma canção de amor Você pediu que eu lhe fizesse uma canção de amor Você quer que eu lhe faça uma canção de amor Você pediu que eu lhe fizesse uma canção de amor