[Mind da Gap] O hip hop não está morto, sou a prova disso vivo Ainda insisto em fazer disto o próprio ar que respiro Comida que ingiro, digiro, o resíduo que defeco Em quem afirma que este é um estilo abjecto Eu decreto que a ignorância merece um grande dejecto É o modus vivendi que estico até ser um (velho) provecto Chama-se movimento, não para, segue sempre Abranda um momento, mas quando arranca é para a frente Olha, parece que o hip hop já passou de moda Aleluia, porque é um ciclo que se renova A cultura ultrapassa, renasce como a fénix Fónix já não é fixe fazer rimas com cómix? Tem piada, outra fase engraçada Pra quem tá sempre firme como pedras da calçada Podes pisar, mas quem te traz sempre à casa Dos quatro elementos entra a porta tá aberta! Ninguém nos pode dizer alto ou consegue fazer stop Tentam desviar-nos da rua para uma avenida pop Chama-se movimento, não para, segue sempre Segue, segue, quando arranca é para a frente Ninguém nos pode dizer alto ou consegue fazer stop Tentam desviar-nos das ruas para uma avenida pop [Mind da Gap] Mas não estamos em desfile, em marcha assumida Contra a farsa mantida por quem nos tapa a saída Derrubamos editoras, publicações e sites Que nos queriam mais correctos, se possível mais híbridos Menos gordos, mais fáceis, mais lights Nós mantemo-nos nos níveis altos de lípidos Nestes anos, tanta gente unida como manos Irmãos pela música dança e pintura, ei-los Com elos fortes entre eles, não quebram E que de outra forma nunca existiriam Pensa nisso - mas esta missão passa pela evolução Fica incompleta num estado assim de estagnação Tanto pra criar, sem barreiras, tanto pra fazer Basta querer para este espírito não se perder Ninguém nos pode dizer alto ou consegue fazer stop Tentam desviar-nos da rua para uma avenida pop Chama-se movimento, não para, segue sempre Segue, segue, quando arranca é para a frente [Valete] Eu Ouvia quando dizias que hip hop era só para a escumalha Gentalha africana que só emporcalha não trabalha Fornalha insana que só atrapalha não desencalha Nos bolsos só marijuana, mortalhas e navalhas Agora teu filho também grama e anda de baggy jeans A toda a hora declama valetes e halloweens Namora com uma Angolana, anda nos bairros de má fama Vive a vida suburbana por mais que recrimines Hiphop ensinou-lhe que só o sangue é que tem cor Que um homem é o seu interior e o resto é só vapor O resto é incolor, o resto não tem valor O resto é resto, é ilusão exterior Hiphop ensinou-lhe a cultura da paz Da liberdade, da verdade, tirou-lhe do alcatraz Mental, com tenacidade mostrou o trilho ao rapaz E hoje o teu filho é um homem com 2 Hs Ninguém nos pode dizer alto ou consegue fazer stop Tentam desviar-nos da rua para uma avenida pop Chama-se movimento, não para, segue sempre Segue, segue, quando arranca é para a frente