Na minha terra, quando ronca uma cordeona As querendonas já me tiram pra dançar Eu me entrevero com as loiras e morenas E a noite fica pequena pra quem gosta de dançar É nas Missões que os bailes são animados Não me faço de rogado e já entro na folia Até o gaiteiro se tapa de polvadeira Quando toca uma vaneira do saudoso Tio Bilia Sou Missioneiro da fibra de Tiaraju Nasci xiru e fandangueiro de parelha Honro meu sangue, com arruda fui benzido E me orgulho em ter nascido no chão da terra vermelha Na minha terra a vaneira é como um hino Qualquer ladino se perfila no carreiro Ritual modesto, sem requinte ou alarido Um chão batido iluminado por candieiro As belas prendas balançam que nem piráguas Ouvindo as águas das enchentes do Uruguai Agarro a gaita, já tobiana pela idade Para matar a saudade dos tempos do velho pai Sou Missioneiro da fibra de Tiaraju Nasci xiru e fandangueiro de parelha Honro meu sangue, com arruda fui benzido E me orgulho em ter nascido no chão da terra vermelha Abro meu peito no estilo do Cenair Não vou mentir, me pareço com Noel Até os morto' se mexem nas catacumbas E a voz retumba na torre de São Miguel Marca gaúcha passada de pai pra filho Velho estribilho repontando as emoções Eu e a vaneira temos sortes divididas Ninguém duvida que também sou das Missões Sou Missioneiro da fibra de Tiaraju Nasci xiru e fandangueiro de parelha Honro meu sangue, com arruda fui benzido E me orgulho em ter nascido no chão da terra vermelha