Sou planta arrancada da cara do chão Sou bicho nervoso que vem do porão Da bala amassada que sai do canhão Sou menino medonho com a cara do cão Formiga faceira furando o saco do pão Com fome de inverno e sede de verão Sou maluco por parte de quem nada entende E entendo que a arte em parte me prende Sou impaciente e sem solução Somente sou, semente Somente sou, semente Solamente (só lamento) Somente, somente Sou, somente sou Sou poesia jogada dentro da canção Andando na rua sou admiração Escapo no espaço, sombra de ladrão Carrego nos braços traços de perdão Arrasto nos pés passos de baião Calo a boca do mundo ouvindo a minha versão Dependente de tudo e livre de maldição