Hoje eu lembro com saudade Do meu tempo de sorteiro Fui buscar uma boiada No grande estado mineiro Eu cheguei em Pouso Alegre Dia três de fevereiro Lá eu vi uma mineira Perdição de um boiadeiro Ela disse que é mineira E nasceu em Uberaba Se criou nos campo afora Lidando nas invernada Ela monta em burro brabo Alegre dando risada Pra pegar mestiço arisco Nunca perdeu uma laçada Eu fui buscá uma vacada E o povo se admirou Escapou um vaca preta E a mineira acompanhou A laçada foi certeira Mas o laço arrebentou Ela pegou a vaca à unha E sozinha derrubou Eu convidei a morena Pra ser minha companheira Ela foi me respondeu Vivo muito bem sorteira Por dinheiro eu não me vendo Eu também sou fazendeira Se eu trabalho é pra mostrar O valor de uma mineira Ela fez a despedida Foi numa segunda-feira Despediu e foi-se embora Numa besta marchadeira Eu fiquei com a saudade Da morena boiadeira Nunca mais eu pude ver Aquela linda mineira