Esse trem já passou já faz um tempo Muita gente ficou sem coração Só poeira e pó se sopra o vento Terra Seca e rachada no sertão O sol queima a vida sem lamento Seu clarão e seu fogo encontra mão E essa sede que arde em pensamento Devaneios de água num torrão Sino bate na torre da capela Brilham velas, povo em oração Juntam trapos, retratos e panelas Deixa rastros velho caminhão O pedir na cidade mata a alma Mendigar por um prato de feijão Abrigar-se nas pontes e calçadas Rato humano se arrasta pelo chão Se molhado o chão e sol se esconde Retornar de onde vim é opção No lugar pelo menos tenho nome E não sou só mais um na multidão