Aos orixás peço a bênção pra pisar nesse terreiro Que o nordestino ilumina na luz do seu candeeiro Pandeiro, canta atabaque, na levada, lavadeira No samba no candomblé, canto levanta poeira Tu chama, a criançada pra comer o caruru Sete meninos na roda, roda ciranda pra tu Passô aí oh são João, na cultura do nordeste E nós tem milho e amendoim, a terra boa só cresce Celebração na colheita, a oração frente ao santo Agradecer pela fartura, e Deus tá abençoando A fé, na minha tradição, o zói de água encantado Oh! Dona santa nos reza com mato afasta o olhado Deixa, eu dançar com você, esse forró No pé-de-serra esquenta fogueira, a espada, o suor Do povo forte, astuto, na vida, correndo risco Humilde a cada passo marcado como corisco Oxe oxente! Oxe oxente! Oxe oxente 3. 3! Oxe oxente! Oxe oxente! Oxe oxente nesse canto eu falei Oxe oxente! Oxe oxente! Oxe oxente 3. 3! Oxe oxente! Oxe oxente! O traço toca a voz que solta nesse canto avoei É com o dedo de nego, desenho linha a estrada Na pisada cumprida na vida que é calejada Na encruzilhada das quebradas Exu abre os caminhos Livra do mal que se apresenta no abraço de espinho Que a chuva venha e lave a alma com gotas de amor Pra do sorriso um canto, que tira o ódio da cor Que o som na maloca vem do samba de roda Nesse tempero tem dendê, pros Erê lá da roça Paranauê na ladeira que faz levantar poeira Pra libertar meu povo com a bênção da capoeira A trovoada no verso assanha maribondo-tatú Deixa o corpo fechado, protegido por Ogum Na ciranda o griot ajunta magia à palavra Vestindo com o terno de reis, na chegança Saubara Oh negô ajaiô firma as raízes na fé Que sou da região mais preta da Bahia, axé Oxe oxente! Oxe oxente! Oxe oxente 3. 3! Oxe oxente! Oxe oxente! Oxe oxente nesse canto eu falei Oxe oxente! Oxe oxente! Oxe oxente 3. 3! Oxe oxente! Oxe oxente! O traço toca a voz que solta nesse canto avoei