Hei lampião! O cabra da peste, herói ou vilão? Capitão valente, tocaia no mato Armado inté os dentes comanda a invasão É bala que canta no ar Que embala o xaxar na lei do cangaço O bando chega sob a luz da estrela guia Lá vem Maria com corisco e Dadá Na reboliça jararaca e Adília Zé Baiano e pé de pato Botam o bicho pra pegar E vai no seu destino Virando lenda em mamulengos e cordéis E vai, vai, Virgulino Partiu sem quengo pro inferno e pro céu O excomungado o rejeitou O sujeito aperriado tocou fogo no lugar Morreu preguiça, safadeza e bananinha Queimou toda rachadinha que o danado arrecadou A má-querença fez o cabra debandar Pra outra banda foi voar Pediu guarida lá na casa do divino Lampião fez um apelo pra mode se achegar Pedro lhe disse: Vixe, não tem guarida O santíssimo avisa que aqui não vai entrar E a santaria veio de quadrilha Santo Antônio, São Jorge e São João Botaram o cabra pra dançar Nem o pedido de padim do juazeiro Fez o céu se abrir pro cangaceiro Volta e faz morada nas bandas do sertão Navega pelo são Francisco Na mente do povo, tá no coração! Vem no acorde da sanfona, no cancioneiro Contado em verso e poesia Nas mãos do artesão No carnaval da Imperatriz Eternizado no baião do rei Luiz