Quando te peguei no caixão Foi em mim que segurei O mármore com teu nome Foi chorando que eu gravei Cada grão de pó sobre ti É peso que eu carrego Mas tal fardo de amor A levá-lo não me nego Tenho rosto negro De tanto chorar Tenho rosto negro De tanto chorar Cada passo para a cova É de amarga harmonia Entre tudo que deixaste Está uma cadeira vazia É de noite que os meus ossos São transpassados pela dor Quando chamei não respondeste Quem escutará o meu clamor? Tenho rosto negro De tanto chorar Tenho rosto negro De tanto chorar Lançaste o trigo sobre o mar E da colheita sou eu filho Agora que o Sol se curva O horizonte é o meu trilho O teu sangue nunca será Coberto pelo pó Nem sepultura haverá Onde enterrar o meu grito O teu sangue nunca será Coberto pelo pó Nem sepultura haverá Onde enterrar o meu grito Tenho rosto negro De tanto chorar Tenho rosto negro De tanto chorar