Ai se eu disser que as tremuras Me dão nas pernas, e as loucuras Fazem esquecer-me dos prantos Pensar em juras Ai se eu disser que foi feitiço Que fez na saia dar ventania Mostrar-me coisas tão belas Ter fantasia E sonhar com aquele encontro Sonhar que não diz que não Tem um jeito de senhora E um olhar desmascarado De céu negro ou céu estrelado, ou Sol Daquele que a gente sabe. O seu balanço gingado Tem os mistérios do mar E a certeza do caminho certo que tem a estrela polar. Não sei se faça convite E se quebre a tradição Ou se lhe mande uma carta Como ouvi numa canção Só sei que o calor aperta E ainda não estamos no verão. Quanto mais o tempo passa Mais me afasto da razão E ela insiste no passeio à tarde Em tom de provocação Até que num dia feriado P´ra curtir a solidão Fui consumir as tristezas P´ró baile do Sr. João Não sei se foi por magia Ou seria maldição Dei por mim rodopiando Bem no meio do salão Acabei no tal convite Em jeito de confissão E a resposta foi tão doce Que a beijei com emoção Só que a malta não gritou Como ouvi numa canção