Era uma vez, não, para que isso aqui não é conto de fadas A história que vai ser relatada é só realidade Conta as memórias de uma vida pacata que esmagou a maldade 1996, sete horas da manhã, dilatação de quatro dedos Mas não tinha parteiros A saúde onde eu moro me dá nos nervos Nome da mãe, Andrea, preta nesse mundo é treta Quando madura via que a vida era dura Parecia que Deus olhava e dizia: Poucas ideias Prazer, sou sim, o desgraçado Como o engravatado tinha me falado Mas ele ficou impressionado por que além de nego drama Eu sou um negro estudado Ogunhê, Eparrei, Orum, Aiê Ogunhê, Eparrei, Orum, Aiê Eu sei que tem muito pra estudar Porém, na academia da hipocrisia A matéria que eu não entendia, eles querem tirar Mas um dia eu chego na universidade Eles não tão ligado que a vida serviu de faculdade De apenas três matérias: Miséria, escravatura e infelicidade Ogunhê, Eparrei, Orum, Aiê Ogunhê, Eparrei, Orum, Aiê Ogunhê, Eparrei, Orum, Aiê Pois é, Brasil, eu nunca tive um boot de mil Mas no sistema eu vou tentar dar uma bota Porque eu quero ver, meu bem, quando no ENEM eu tirar 100 Eles falarem que foi cota Mas vai devagar que essa carne aqui é de Oxum Alma d’Olorum Aiê Dá licença, bate cabeça e entra no tirê Ora ie ie oh Ogunhê, Eparrei, Orum, Aiê Ogunhê, Eparrei, Orum, Aiê Ogunhê, Eparrei, Ora ie ie oh