Sente o cheiro do que há por vir Traços vagos de alguém que diz Devaneios numa noite imersa de conhaque e gim Restos soltos de você e eu Feito peças velhas no museu E um clima de cinema mudo muda tudo mesmo assim Sinto que não vou estar onde combinamos Céu de brigadeiro com nuvens de cetim Um quadro torto meio assim Num deja vu, tudo que ficou pra trás Parece não caber em mim Nomes falsos de você e eu Desde o dia em que se prometeu Secam anos numa casca morta de floresta em mim Segue o risco feito pelo giz Linha efêmera no existir Desenhando a calçada fosca quase tosca, rota enfim Sinto que não vão durar aonde combinamos Céu de brigadeiro com nuvens de cetim Um quadro torto meio assim Num deja vu, tudo que ficou pra trás Parece não caber em mim Só o tempo de mentir e de entender que as dores são Quase sempre a dor em si, e qualquer coisa a mais Que se presta vai nas frestas que nos restam