E antes que eu pudesse te contar Da festa dos meus olhos ao te ver Você entrou no carro e se foi Perdida entre o asfalto e a neblina Levando num canto do olho a purpurina Que eu hesitei em tirar com a ponta do dedo Que gosto tem o seu sorriso Desabrochando branco e morno Com dentes, lábios e segredos Que pela cor das suas unhas curtas Eu quase posso, posso decifrar? Eu quase posso, decifrar. Ah me diz... Meu maço de cigarros E seu isqueiro azul turquesa E um punhado de palavras que eu escolho Cuidadosamente antes de lhe falar Amontoando os meus desejos Que eu nem sei em que bolsos colocar Então não se perca de mim Pede pro táxi retornar E me pega ainda na mesa do bar Escrevendo num guardanapo Tudo que meus braços Não conseguem comportar Não conseguem comportar Diz o que eu faço com seu rosto Distante o suficiente do meu corpo Para que o "sim" do seu nome seja um não? Me encanta seu jeito leve de contar Quantas vezes atravessou a rua Antes de me encontrar