(Índios Mura os beligerantes das águas) Trilhando o caminho de sombra em seu Ubá O grande pajé foi ao limiar Ao mundo do sobrenatural é deu vida ao ritual Mura! Ao sario das águas seus olhos Enxergam na noite eterna Gigantescas mirações (Seres do cosmos, espiritual há) Pisicotria do pajé hei, há Nos cantos hei, há Nas danças hei, há Com ervas sagradas Absorvida no êxtase transcendental Prepara as flechas serpentes Para soturno emboscada, werá Seus braços são raízes da grande muralha Que livram da morte da grande tocaia Aqueles, que defende as águas bravas Do Madeira, do Madeira, do Purus é Solimões Ora pajé! Eleva tua fé em oblação (eleva tua fé) Voa pajé! Ao labirinto das águas Suas muralhas são as matas Seu abrigo são olhos de bichos Caçadores que rastejam As sombras que vagueiam Piranhas sombrias, jacarés é puraqués! Toma pajé as criaturas do fundo do rio Enfeitiça o pajé os olhos de fogo da grande boiúna É transfere os guerreiros, os poderes dos seres lendários Para aplacar a fúria do inimigo É julgo! Mura (hei, hei) mura (hei, hei), mura (hei, hei) Escreve nos chão com as mãos A sabedoria os segredos das águas Mura (hei, hei) mura (hei, hei), mura (hei, hei) Tem a força dos grandes xamãs A beligerância do médio das águas