Se liga aí na fita maluco Chega junto Liga o fumo e curte só A página vira e gira, gira, vira, gira Aumente o som Sou brasileiro, sou lombrado, favelado, cabelo trançado Afro, afro nato, planalto, cerrado centralizado Veja, veja Veja só Veja lá, dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó, si, pam, si, pá É pra abalar Eu vim do mato, da floresta, do cerrado brasileiro Aqui é índio negro solto, é preto mesmo Maloqueiro É só tirar a nossa origem, a nossa terra, a nossa liberdade Me arrancaram da aldeia e me jogaram na cidade Por isso Eu vou fazer o que eu quero, o que eu gosto E daí? Ser pobre não me priva de me divertir Às vezes fico revoltado ao saber que no passado era dos índios e os branquinhos apossaram Por isso eu ando injuriado, injuriado E dou trabalho, e dou trabalho, e dou trabalho, e dou trabalho Pra polícia, pro burguês, pro playboy, pro marajá Pode prender, pode matar que a geração não morrerá Quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Aí branquinho não embaça isso pertence a nossa raça Aí quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Quem manda nessa porra aqui é nós Certifique-se disso brasileiro, verdadeiro, é preto, é mameluco, é índio Eu to feliz, to no que é meu, playboy se fodeu, playboy se fodeu Aqui não é seu lugar, sai pra lá Europeu Sou descendente, sou guerreiro, herdeiro, original Está aqui no sangue prova disso 100 nacional Estou nas favelas, tô nos becos, nas vielas Mais um ponto preto na bandeira verde e amarela Eu vim das ocas, eu vim da tribo, eu vim da senzala Hoje mocado em um barraco chamado de mala Um ex escravo vencedor Fruto de palmares, uma semente hoje brota em todos os lugares Que se espalhou, se expandiu que descobriu o Brasil Cabral Colombo o caralho vão pra puta que pariu Quem manda nessa porra aqui é nós Certifique-se disso Brasileiro, verdadeiro, é preto, é mameluco, é índio É nego que rala o dia todo na plantação É o pobre descriminado, tirado de ladrão Por isso eu falo e grito pra todo mundo ouvir É nós os pobres mesmo quem mandamos em tudo isso aqui Quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Aí branquinho não embaça isso pertence a nossa raça Aí quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Quem manda nessa porra aqui é nós Certifique-se disso brasileiro, verdadeiro, é preto, é mameluco, é índio Tiraram tudo de mim, mas me tirar não vai O preto armado na sua frente, vai lá chama papai O "bodinho" olha comigo, abaixa a cabeça receio O preto é feio mesmo e bota respeito, então Sai do meio Eu uso minha rima como flecha disparada, envenenada Minha voz como tacada e a burguesia como caça Eu vim foi da aldeia, eu vim foi da aldeia Eu vim foi da maloca abre os olhos cabra de peia Então respeita o maloqueiro de pele escura Então respeita a vontade do moleque de rua Pelo meu território eu vou até o fim Respeita quem manda nessa porra aqui Quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Aí branquinho não embaça isso pertence a nossa raça Aí quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Quem manda nessa porra aqui é nós Certifique-se disso brasileiro, verdadeiro, é preto, é mameluco, é índio Quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Aí branquinho não embaça isso pertence a nossa raça Aí quem manda nessa porra aqui é nós É nós, é nós Quem manda nessa porra aqui é nós Certifique-se disso brasileiro, verdadeiro, é preto, é mameluco, é índio