Domingo de manhãzinha Sento os recaus no gateado De crina e casco aparado O mundo é tudo o que eu quero Meu pala branco de seda bota negra, reluzenta e uma bombacha cinzenta De tudo que mais venero Eu boto o pé no estribo E o flete campeia a volta Já com luzeiro de escolta Unido à luz da boiadeira E o brilho da feiticeira Se corta no campo afora Com a serenata da espora Pra uma cançao estradeira Esta vida a gente leva Nos encontros do cavalo Pechando e botando pealo Coisas que faço me rindo Do bagual eu faço um pingo Pra um andejar de aragano Que não tem dias do ano Mais belos do que os domingos Pelo caminho se vai Ao potreiro dos olhos dela Sogueiros de sentinela No lombo das sesmarias Clareando as barras do dia Encilho com a liberdade E cabresteio a saudade Pra tironear judiaria Ao se cantar uma flor O sentimento é dobrado Troca orelha o meu gateado Que inté nem toca no pasto E o vocabulário gasto Ensaia o que é de dizer As coisas do bem querer Pra garupa do meu basto