Entre amigos, conversando, tratando a noite sempre bem. Brincamos, rimos de tudo, contamos pequenas mentiras também. Nunca seremos veteranos, a vida nos deve muito mais. Sempre teremos os mesmos vinte anos de vinte anos atrás. Celso diz toda hora que é hora de se recolher. Nogueira pensa numa presença que vão lhe fazer. Edson é bom de boêmia, Faro é má companhia E o Clelinha só lê revistinha de pornografia. Sempre, como os velhos tempos Que, bem sei, não voltam mais. Não são iguais as estrelas Que são sempre aquelas, não mudam jamais. Mas, o mundo, como gira! Vira a vida sem parar. Não dá nem tempo de ajustar a mira E tudo mudou de lugar. Clovis jurou que o regime segunda vai ser pra valer. Levon diz que o doutor falou pra parar de beber. Zeca fala que pode, Malcolm grita que não. E o Hampar vem chegando, meio disfarçando, de copo na mão. A idade média começando, vai se salvando quem puder. Vai se levando, a bola tocando e amando o mais que se der. Salve a vida, salvo enganos, no futuro, logo mais, Sempre teremos os mesmos vinte anos de vinte anos atrás.