Aos negros do congado, homens de todos os tempos, que desde o lado de cá, avistam o que acontecem do lado de lá, atrás da montanha. Um Nego veio, cá malinha na cacunda, andava, andava meus irmão, e nun achava o fim o mundo, ai ai. Quanto mais ele andava meu senhor, meno ele encontrava o fim do mundo, ai ai. Eu sou aquele navio no mar sem rumo e sem dono, Tenho a miragem do porto pra reconfortar meu sono. E flutuar sobre as águas da maré do abandono, ai ai Ê lá no mar Eu vi uma maravilha. Vi o rosto de uma ilha Numa noite de luar Êta luar Lumiou o meu navio, Quem vai lá no mar bravio Não sabe o que vai achar. E sou a ilha deserta Onde ninguém quer chegar. vendo a rota das estrelas, na imensidão do mar chorando por um navio ai, ai, ui, ui Que passou sem lhe avistar.