A mais linda flor Desabrochou ainda menina Em sua África natal O tempo passou E veio a dor do esquecimento Feito um ritual Rosa nasceu no turbilhão Das águas grandes do mar E na Mantiqueira apareceu Entre as vielas do Arraia A fome do ouro refletiu Um Brasil cativo e servil Rosa pelas frestas sociais Onde o sentimento encontrar os ais Batuques do acotundá Afloram o chão Catapreta foi terreirão Gira saia, gira preta! Santa meretriz Na alma a cicatriz ainda dói Retinta flor da mesma raiz No altar de Niterói E veio um tempo de visões e possessão Vivia entre lágrima e vulcão Amor divino Destino ao Rio tornou Em um canto de amor aos ancestrais E em meio a devoção Rosa Maria queria Paz Amanheceu E o primeiro livro assim surgiu Aos pés de Deus a rosa mística do meu Brasil Ao lado de dom encantado A negra sagrada mulher É coroada no toque do batuqueje Sou de arerê, sangue nagô Preta corá no ilê do meu pai Xangô Ô, ô, Maria! Rosa Maria, santa preta No gongá Abençoada, a Viradouro Estende o manto pra te reverenciar