Você posa de poeta maldito Está mais pr'uma criança chorando no banheiro Escondida para não ser ouvida Você pensa que é Charles Bukowski Mas está só se afogando no penúltimo copo O plágio burguês do fundo do poço O que procura e não parece achar O luxo de quem não vai crescer Nasce em desistir de andar para frente e só se debater E você dança por espernear Implorando por aplausos que são só espuma Do lodo podre e rico em que você quis chafurdar De rasgar seda pra quem vê de cima Encarou o sol nos olhos e acabou cego O bajulador enfim parasita Você rosna "consciente" e engajado Só achou a sua forma de morrer pela boca Panfletando para todos os lados Não é difícil diagnosticar Uma artéria entupida com entulho vivo De pessoas, livros, ossos preguiçosos na digestão Mas no fundo a saúde vai bem Não há falência de órgãos se só tiraram férias Ou se um tanto burocráticos insistem em sua função E se não compreende o porquê de eu dizer assim Qual é o motivo para eu estar aqui Leia os meus versos, tente reconhecer Em qual dessas trincheiras tive o prazer de cair.