Tião Carreiro e Paraíso

O Tesouro É do Patrão

Tião Carreiro e Paraíso


Num festival de viola
Coisas do nosso sertão
Uma menina escolhida
Estava na recepção

A essência da beleza
Conheci na ocasião
Tem nome de flor de ouro
Pra menina tentação
Ela estava tão divina
A diabinha da menina
É o tesouro do patrão

Começou a cantoria
Som de viola e violão
Esqueci que eu estava
No meio da comissão

Esqueci da minha vida
Esqueci da obrigação
Aquela coisinha fofa
Desviou minha atenção
Ela estava tão divina
A diabinha da menina
É o tesouro do patrão

Ela é uma doçura
Beleza com distinção
Da cabeça até os pés
Ganha da rosa em botão

Olhos verdes tentadores
Que estraçalha coração
Cinturinha de boneca
Pra matar quem tem paixão
Ela estava tão divina
A diabinha da menina
É o tesouro do patrão

Ela vestia uma blusa
Fechadinha sem botão
Tinha detalhes dourados
Num verde meio pavão

Sua blusa é um gaiola
Conservando na prisão
Duas rolinhas ariscas
Distante do gavião
Ela estava tão divina
A diabinha da menina
É o tesouro do patrão

Olhei tanto pra menina
Que caí numa inflação
Se o patrão me desse um tiro
Me matava com razão

Mas ele me deu um tombo
Mesmo sem me pôr as mãos
Com classe e categoria
Me deu a maior lição
Para os dois a vida é bela
Eu não chego nos pés dela
O tesouro é do patrão