São José do Rio Preto muito tempo se passou O seu Oscar Bernardino com a boiada ele viajou Num transporte a Mato Grosso na comitiva levou Um filho de criação que na lida ele ensinou No seu arreio de prata que no rodeio ganhou O menino ia garboso no potro que ele amansou Aquele arreio de prata era o que mais estimava Somente em dias de gala que em Rio Preto ele usava Nesta viagem seu Oscar pros peões recomendava Pra zelar bem do peãozinho que recente se formava O menino de ponteiro o berrante repicava O Itamar e o Tiãozinho de perto lhe vigiava A mania do menino seu Oscar sempre lembrava Na hora do reboliço com a vida não contava E foi lá no pantanal quando ninguém se esperava Uma onça traiçoeira numa rês ela pulava A boiada deu um estouro que o sertão se abalava Parecia que o mundo nessa hora se acabava Os ares do campo virgem cheirava chifre queimado O menino dando grito para tentar segurar o gado A barrigueira partiu do cavalo foi jogado Nos cascos dos cuiabanos pelos campos foi pisado Quando a boiada passou viram o peãozinho estirado Com seu arreio de prata estava morto abraçado O seu Oscar Bernardinho sua alegria acabou Pegou o arreio de prata pro Antonio ele falou Esse arreio é do menino deixe com ele, por favor Na sombra de um anjiqueiro uma cruzinha fincou E na cruz fez um letreiro aqui jaz um domador Que apesar da pouca idade nem um peão com ele igualou