Hoje sou velho cansado Muitos janeiros vivido Recordando com saudade O meu passado florido Glorioso tempo de peão Que jamais será esquecido Tive como professor Meu velho já falecido No seu regime criei Não vou dizer que fui rei Porque não sou convencido No rodeio da saudade Estância da solidão Hoje a velhice me aplaude Tristeza me aperta a mão Montado no desespero Erguido na escuridão A minha esperança morta Eu vejo jogada ao chão Meu amor de antigamente Que mora muito ausente Vive na imaginação Os anos também levaram Amigos de estimação Também algum dos parentes Parceiro da profissão Nos campos da amargura Corre o pensamento em vão Parece que vejo um potro Lá nos confins do sertão Correndo pasto afora Aonde a saudade mora Meu berço de criação O que me restou apenas Trago por recordação Minha espora, minha vida A qual tenho estimação Presente que eu ganhei Com muita dedicação Da morena mais bonita A filha do meu patrão Considerada de ouro Minha espora, meu tesouro Diploma da profissão