Já foi verme, mosca, barata, Gafanhoto, rato, morcego. Gripe, cólera, HIV, E até homem foi. Parou, olhou prum lado, Olhou por outro, E atravessou, Atravessaram-lhe, Quase foi morto. Se tem fome, e se tem sede, Que seja. Ele vai a geladeira, E mata quem esta lhe matando. A praga não paga A entrada duma festa pagã, E pega a pulga pra pagar O pato, e a pata segura o pão. A face enferrujada Em cima da mesa, Deixou a lá pra que? Por que também devo-lhe deixar? Então as vezes ele é: Inveja, ignorância e solidão, O racismo, violência, desconfiança, Que é o dedo médio apontado a nós.