Dizem que eu sou agressivo mas mano eu não acho De perto de mim racistas eu despacho Cêis veem despacho e dizem Deus me livre Eu faço despacho, eu sou um preto livre Na fé de quem me orienta que é meu Orixá Cêis calarem nossa voz eu não posso deixar O que é bom e tem minha cor eles querem pintar De branco, é dizer que é deles pra depois lucrar A muito tempo eles caçam nosso povo Usando nosso próprio povo como cão de caça E o nosso povo morde o nosso próprio povo Pois mano, pro nosso povo a carne E sempre escassa, desgraça E as orações pra um Deus Pintado de branco não surtem efeito Um defeito de cor E as orações pra um Deus Pintado de branco não surtem efeito Pelas pretas e máscaras brancas Então procure por mim na tempestade Que no vento de Oya eu vou causar tumulto Eu causo alarde pois a causa é alarmante E dessas lagartixa eu não aceito insulto Ofensivo né? Viu como é ruim? E cêis ainda chamam os preto de macaco Eu recolho meus cacos feito uma fênix com uma tocha no bico E que a cada agressão eu me refaça, eu renasço Eu só quero os pretinho bem O pensamento é um furacão Que move e remove tudo sem explicação Eu me perco no tempo, me sinto ao relento Por que todo contratempo Vem com cheiro de missão, então segura que eu Assumo a culpa, assumo as contas, seguro as pontas, meiuca Já fui mais tonta e cabeluda agora só meto a maluca De tanto lidar com biruta, é tanta desculpa barata Mexem tanto na sua cuca, todo dia isso te mata Nem respira, parece tão comum As poucos a mente sente que vai definhar A sobrevida sendo apenas mais um Que não sabe se hoje poderá voltar Quantos mais precisam morrer Até que essa guerra acabe Marielle disse e ainda que o ciclo se repetisse Mostrou o que geral já sabe If you don't know, now you know If you don't know, now you know If you don't know, now you know É tanta dor que no verso no cabe Que Oya me guarde, fortaleça minha vontade De viver e a você que nunca seja tarde Nos livre da maldade, da mediocridade De morrer na mão desses covarde Eu só quero os pretinho bem