Thiago Elniño

Bença!

Thiago Elniño


Pedras, flechas, lanças, espadas e espelhos
Alcançar as paradas por qualquer meio necessário, tá ligado?
Você já deve ter ouvido falar disso em algum lugar

Eu peço a licença pro meu santo
Porque eu nunca fui santo
Eu peço licença pro meu santo
Porque eu nunca fui santo
Eu peço a bênção pro meu santo
Porque eu nunca fui santo
Eu peço licença pro meu santo
Porque eu nunca fui santo
Eu peço a bênção pro meu santo
Porque eu nunca fui santo
Eu nunca fui santo

Vim derrubar barreira, sem te jogar lama
O que eu tenho são pérolas pra compartilhar
Sinto o calor do ninho do urubu em chamas
Mas que por vingança, eu vim incinerar
O capitão do mato, o sr. Do engenho
Toda a casa grande e quem mais vier
E avisa a sinhazinha que a pele dela
Foge do que eu gosto em padrão de mulher
Cês não gostam de padronizar
Eu sou o tipo de preto padrão
Que não é por que rouba o coração das paty
Que a família delas vê como ladrão
No meu olho tu vê a ambição
De quem não aceita não viver em liberdade
No teu olho eu vejo o desejo de acorrentar preto
Ou então manter atrás das grades
Eu vim pra matar todos vocês
Se eu não falo de corpo, eu falo de alma
Ebó com as palavras, mandinga matreira
Pra quem escraviza, depois pede calma
Transformei trauma, amplifiquei voz
Busquei ser autônomo, hoje tô veloz
Compartilhei méritos, não estamos sós
Sou o rei dessa porra, então o rei somos nós

Eu peço a licença pro meu santo
Porque eu nunca fui santo
Eu peço licença pro meu santo
Porque eu nunca fui santo
Eu peço a bênção pro meu santo
Porque eu nunca fui santo
Eu peço licença pro meu santo
Porque eu nunca fui santo
Eu peço a bênção pro meu santo
Porque eu nunca fui santo
Eu nunca fui santo

É respeito ao ancestral
Papo de visão, tá ligado?
Saber quem você é
Se conectar com seu passado
E entender que o passado às vezes tá lá na frente
Você conhece quem atirou uma pedra hoje
E acertou no pássaro ontem