Sorria, Pierrot! Enxugue o pranto em retalhos de cetim Toda a tristeza sei que o vento já levou Beija meu riso feito a voz de um querubim Pobre Pierrot! Na corda bamba, vendo a corte gargalhar Encena a farsa de um bufão entronizar Suspira a corte de alegria Mas a zombaria dói no peito Vê na diferença um defeito Do bobo, vejo a lágrima que cai Quando a loucura te assalta A luz da ribalta às sombras se vai Ao silenciar o riso Despertou um ideal Faz da terra um paraíso Palhaço de Deus, ironia real O tempo em piruetas vai girando Vendo o saltimbanco pintar nas cidades O sorriso antes reprimido Expressa, incontido, a magia da arte Esse sentimento debochado Arranca mil aplausos no tablado Enlaça a caravana do amor Sou eu, eterno Pierrot apaixonado Sinto o coração acelerado Pela mais bela flor Vem me beijar, oh colombina! Deixa esse arlequim pra lá Lótus é minha menina Será minha sina pra sempre te amar