Ô ô bate o tambor Viradouro que chegou Kaô Kabecilê Na proteção de Xangô De vermelho e branco Vai meu povo em procissão O meu nome é Malunguinho Taco fogo na nação Abro os caminhos pra me livrar daqui Eu aprendi a sair das tocaias Sou negro, banto, guerreiro, libertador E a vida me ensinou: Não correr da batalha Em resistência incendiei engenho Sou João Batista o terror da tirania E, dando as mãos a quem precisou de mim Espalhei fraternidade aos irmãos por liberdade Em cada vivência, o poder da ciência com amor e fé Foram ensinamentos herdados do grande pajé Balancei meu maracá, na floresta adentrei Ê! Caboclo, mestre das matas sou rei E da folha da jurema, juremê, juremá Extraí toda essência e o poder que vêm do chá Essa planta é milagrosa, erva que é pra benzer Erva que é pra curar Exu trunqueiro, guardião a quem crer Arco e flexa meu quilombo, tranço tudo com oxê O cortejo segue em festa, calunga! No cachimbo tem mironga, dança ao som de macumba! Oh! Quebra a anca, gira coco, vem pra ver Mensageiro de três mundos Sobô nirê, mafá, Sobô nirê!