Quando o vento veio, passou de rasteira
E fez levitar todas as formas do chão
De mãos dadas seguimos pela beira
A hipnotizar pássaros, peixes, desde então

Pés descalços se arrastam pela areia
Saia de Iemanjá, enfeites e conchas do mar
Braços cheios de fitas coloridas
Anunciam a festa que veio abençoar

Vem, amor, me dá abrigo, faz dengo comigo
Até depois
Quando a tarde chega de mansinho
E a gente deita pra ver o Sol se pôr

Lá a vida é de bobeira
A comemorar só a maneira de estar
Rindo de qualquer besteira
Pra escandalizar toda a beleza de amar

Lá a vida é frase inteira
Canta pra libertar cores e aromas de flor
Faz batuque de macumbeira
Pra transformar a tristeza numa força interior

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