No ultimo banco do buso, conduzo as letras e os beats Meio confuso com tudo, vou arriscando uns palpites Vejo no olha sofredor, do paulistano que insiste Vejo no muro estralando o grafe do mano chivitz Disposição pro meu dia, já irradia com a fé Sem dispensar o tabaco e uns copin de café Vejo as notícias de tabela da tela eu desiludi Só vejo guerra, novela e a morte no haiti Calamidade evidente, caos, sentimentos contrários Morreu milhões, doam bilhões e aqui também morrem vários Mas ninguém viu, e quem falou que viu mentiu Com os meus heróis foi assim, morreu mas não se omitiu Partiram mas deixaram a história corre com o vento Que invade a fresta da janela do apartamento Cárcere privado, do medo em segredo infeliz Quando a maldade brotar, tem que cortar pela raiz A ambição é bem maior e nela não há mistério A minha boca só se fecha com a terra do cemitério A necessidade é real e só aguça o engenho Se é pra explodir o sistema eu quero ver seu empenho Eu venho de terras pobres onde a paz foi escassa Onde o amor não existiu e a morte é vista em massa E a graça de tudo isso, é que se livra quem pode Não fica ali a deriva, vivendo um big brother Vida real, fora a que leio em revistas e jornais Eu lia cartas de amor, hoje eles botam anthrax Minha natureza implica em fazer as rimas mais sujas Pra protestar contra os bico e não deixar que eles fujam Caio pra dentro do problema enquanto a rima destrava E se não for nessa freqüência, irmão eu nem começava Sentir o que? falar o que? são cada vez mais perguntas Mortes, corruptos, guerras, é muita merda junta E quem explica? só quem crio toda essa porra Que nos olham como indigentes e deseja que a gente morra Poder supremo irmão, existe um ta no céu Num é pau no cú de gravata que vai dizer ao tetel O que cê tem que fazer, o que cê tem que dizer Onde eu devo andar, o que tenho que comer [ abraça! ] A lei dos homens não se aplica aos homens de preto Mas é bem rigorosa quando se trata do gueto É estranho e evidente esse contraditório Ficamos sentados, sorrindo e aplaudindo do auditório Recebendo aviõezinhos com mínimo salário Sem os dentes na boca, sem o diploma do primário Isso é vida? terra prometida a nós não entendeu? Queria mesmo que a voz do povo fosse a voz de deus A decisão ta na sua mão trinca de ás Entra no jogo aposta as fichas e vê se num olha pra trás Vive dizendo que quer ver esse mundão mudado Faz sua parte que já ta de bom tamanho chegado Eu atravesso madrugadas compondo e repondo idéias Trabalhando como um lobo que preza pela alcatéia Suas ações são desprezíveis o governo me enoja Vou derrubando os palanques, sua quadrilha, sua corja Tentou me limitar, pra que um dia eu vendesse os bang de casa Pode chorar vacilão, pois o vagabundo criou asas... Extraí tudo o que pude e o que não pude também De um ensino lixo eu fiz mais do que a lição, eu fui além Cadê campanha contra aids, violência, drogas ilícitas Ta investindo pesado, só na campanha política É nítida minha revolta, é quente não me comporto Você só tem meu desprezo e nunca terá meu voto A famosa gozolândia no senado cê encontra Meu dinheiro fez as malas e foi morar na sua conta Ne não? onde? suíça ? ilhas barramas? Só de uísque, enquanto eu brindo a vida de brahma Mas não se engana não, meu sonho cê não roubou Sua cota é planta miséria e a minha é colher amor Não entende nada, só conclui que os menino é zica Que vocês criam as regras, mas a nós não se aplica Quer fazer média? na ambição de ganhar ibope Corrompe tudo e todos, mas não o meu hip hop Sem stop, moral aqui você não tem Amontoados, dez mil neguinho dentro de um trem No mesmo foco, escravos dentro de um calabouço Esvaziando a alma e enchendo seu bolso No seu terno que só impõe o seu lugar no jogo Mas eu quero testar, se ele é a prova de fogo