Carinhosamente apelidada de sampa Miscigenando a cultura do hip hop com samba Poesia em ondas sonoras que atingem multidões Desfruto do aconchego e do amor que ela propõe Me inspira, me domina, intima minhas canções Provoca os sentimentos, invade os meus refrões Afinal, sua beleza é celestial Por isso enxergo em cada esquina um novo cartão postal Incomparável, inestimável, éh! não tem valor Houve muita inspiração quando deus te desenhou Na composição a essência de um povo sofredor Se existe lugar mais lindo ninguém me apresentou Sua noite é tão bela, mistério existe nela Reparo o fio das luzes que se ascendem nas janelas De olhares curiosos, olhares que são medrosos Olhares desconfiados e olhares que são palosos De povos, que eu faço questão de por no relicário Esse é o melhor lugar pro meu estilo solitário Com os fones no ouvido e o jeitão largadão Menino sem juízo nas improvisação No passim, no sapatin é assim vou na boa Eu faço a tempestade na terra da garoa Ecoa o barulho do trem pegando embalo Quatro horas da manhã, bom dia são paulo Abençoada, terra de imigrantes europeus Terra que germina a disposição de deus Sete dias da semana e cada dia uma batalha Vale ressaltar que nós não pode deixar falha Na de construir um futuro relevante Aqui cresci, produzi, me senti importante Retribuo, pra cada quebrada a história vivida De roles, mulheres, de raps, bebidas Ô vida boa! levanta a mão quem ta comigo Que faz essa cidade ter um pouco de sentido Fazer valer orgulhoso de ser paulistano Que nem. eu sou corinthians! doutor eu não me engano Ta no coração, está escrito nas estrelas Se vou pra fora eu já não vejo a hora de revê-la De pegar meu skate e viajar né não nego? Colar na augusta tem dub no sarajevo Fazendo vários pião é o que me deixa feliz De sabadão, santa cruz batalha de mc's Enraizado no brás aqui na terra de ernesto Mas é por toda sp que deixo o meu manifesto Criado na leste, maloca assim desde pivete Ouvindo um samba de esquina e misturando com rap É assim que acontece, ouça a semelhança Recordando cada passo e voltando a ser criança Pegando lá da essência, dos pipas dos pião Abatendo a diferença trazida pela poluição Ingratidão, de certos elementos Falar o que? pra esses eu deixo meu lamento Sem argumento nenhum, miséria e abandono Fóda é o ditado "a casa é a cara do dondo" Casa, tão castigada, maltratada, poluída Mas se não fosse ela o que seria da minha vida Confiante, que se nós trabalharmos a vera Vamos trazer o rap cada vez mais perto dela E eu vou solo, no solo sagrado de sp E esse amor pra alguns é bem difícil de entender No chão corre sangue e corre água de valeta Na alma corre veneno dos bico querendo treta Nas trancas são vários pretos sem nenhuma expressão Quando deviam ta nos guetos com pandeiro e repique na mão Fazendo o som, representando a classe E eu to aqui como se o tempo não passasse Por cada favela, por cada guerreiro eterno Ascendo uma vela pra iluminar meu caderno Aproveito e faço uma oração botando fé Que jesus guia meus passos enquanto eu movo os pés Na cidade, que eu escolhi pra deixar minha voz Pela rua, linda rua, a rua é sua, a rua é nóiz. É desse jeito.