Dança dos azuis Das folhinhas, dos gravetos e dos inhambus Dos corimbas, dos dourados e dos tuiuiús Nessas águas, nesse mundo onde tudo é um Dança uma flor tão solitária Reza a vida e as histórias desse Pantanal Os humores e mistérios do bem e do mal Nada disso nunca é o mesmo, nunca é igual E é assim que a natureza traz o calor O céu, o som, o cio, o amor E verdes lagos de aguapés acesos nessas águas irreais Que refletem a doçura desse pôr do sol E que encontram pela noite as constelações Cantos e sonhos febris aonde ir Nessas matas alçam aves de puro carmim Nos corixos cruzam bichos, zanzam sucuris Nessa terra de horizonte que não tem mais fim Não tem mais fim.