De volta para o meu Rio Grande Eu vinha da Paraíba Pernoitei em Curitiba Quatro horas levantei Chinoca me deu saudade Em alta velocidade Para querência rumei (A saudade do gaúcho é assim Quando lhe aperta parece que o coração Lhe salta pela boca) Cento e quarenta por hora Pelo asfalto eu corria Cruzei Santa Catarina Igual uma ventania Pelo passo do Socorro Avistei a Vacaria Depois que passei na ponte Parei na primeira fonte Água da terra eu bebia (Eu tinha sede da água cristalina Que jorra na vertente da minha terra) Acenei pros vacarianos Pras vacarianas também Na ponte do Rio das Antas Fiz a curva mais de cem Em São Marcos reduzi Dei outro aceno pra alguém Em Caxias tomei vinho Segui de novo o caminho Pra onde mora o meu bem (O asfalto que corta a serra Verdejante de Caxias Parecia que não tinha mais fim) Em Novo Hamburgo eu parei No carro pus gasolina Ganhei um par de sapatos Presente de uma menina Quando entrei em Porto Alegre Liguei com força a buzina Desci na minha hospedagem Fui descansar da viagem Nos braços da minha china Assim faz um bom gaúcho Quando está longe do pago Sente a falta do afago Carinhos que a china faz Ande lá por onde ande Dá saudades do Rio Grande Volta ligeiro pra trás