Certa feita fui tocar um arrasta pé Num Ctg pras bandas de São João Puxei o fole e lasquei um chamamé E alguém gritou aqui só xote e vanerão Olhei pras gurias e soltei uma vanera Daquelas buenas de dançar com os pés trocados Limparam os bancos e pista ficou faceira E ouvi de novo, toque um xote figurado Velhos e jovens e até a gurizada Dançando xote cada um a sua maneira Lá na cozinha dançavam com a frigideira E o assador com o espeto e a prateada Um vanerão de dançar com os pés trocados Uma rancheira num estilo mexicano Ou então um bugio velho abagualado Um chamamé pantaneiro castelhano. Um xixo bruto, uma marchinha limpa banco Um bolero de apertar rosto colado Nada disso se compara seja franco Ao nosso bom e velho xote figurado Eu gosto muito das cantigas missioneiras Eu amo tudo o que se faz no meu estado Uma prendinha que requebra as cadeiras Coisa mais linda um gaúcho bem pilchado Quando vou pra uma bailanta bem campeira Me encanto com a alegria do meu povo Volto pra casa refeito e de sangue novo Como o descanso a sombra de uma figueira Volto pra casa refeito e de sangue novo Como o descanso a sombra de uma figueira O tempo passa mas certas coisas não mudam A tradição não permite alguns extremos Por isso amo a terra em que vivemos Por isso amo as coisas do meu estado Por isso amo a terra em que vivemos Por isso amo as tradições do meu pago Um vanerão de dançar com os pés trocados Uma rancheira num estilo mexicano Ou então um bugio velho abagualado Um chamamé pantaneiro castelhano Um xixo bruto, uma marchinha limpa banco Um bolero de apertar rosto colado Nada disso se compara seja franco Ao nosso bom e velho xote figurado