Perdi meu chão Meus pés andam descalços sobre os espinhos Que cravam em mim um passado incolor Perdeu a cor, quando o que importava Perdeu a sua importância Fechei a porta e me tranquei com minha dor Olhos fechados enxergam somente à frente Mas o que tá bem à frente do coração não se vê Enxergo mais além, mesmo sem entender Vejo o que deixei pra trás Numa vida que nunca mais tentei viver Eu vi o sorriso que um dia esqueci Senti aquilo que um dia me fez sorrir Perdi a vontade É tarde pra seguir? Achei em mim uma parte que vi partir Sofri e fiz sofrer quem queria ver feliz Entendi, passou O que importa é o que está por vir Ouvi o som que faz uma lágrima cair Deixei fluir o que um dia escondi Eu vejo no passado aquilo que perdi E que não vivi por me sentir culpado Hoje entendo o porquê você ainda está aqui Vejo que não posso ficar preso no passado Fui atrás do que me traz lembranças Que eu jamais achei que iria deixar passar E ficar pra trás O tempo nos transformou Mas no tempo que ela ficou O tempo era irrelevante pro tempo que nos restou A mão soltou a mão, largou o sorriso no chão Deixou a roda e a solidão me ronda em escuridão O abraço que não foi dado, dado a situação As palavras que se apagaram No rabisco escrito na folha do coração Passado volta e aponta nova direção Sinto algo diferente puxando minha mão Percebo que não estou só, nessa multidão Novos passos, enfim, são dados Conclusão: Os olhos encharcados Nova estação Promessa realizada Desejo em ação Os rascunhos no peito são ditos Com a mais sincera entonação Eu vejo no passado aquilo que perdi E que não vivi por me sentir culpado Hoje entendo o porquê você ainda está aqui Vejo que não posso ficar preso no passado