Quisera cantar todo dia Pra ter com quem conversar Caravela da língua dos homens Pescadores do além-mar A jangada que antes partiu Insiste em não voltar Persegue uma peste medonha Muda tudo sem nada mudar Das ondas do mar A cantiga praieira que ofertou Atingiu até lares caipiras Quando Oiá encontrou seu amor Baiano que fala da morte Do Chico que não voltou Chorou o oceano sozinho Em busca de um sonho bom Aí, como? Eparrei, Dorival! A saudade vem de longe Em teu nome fez um sinal A vida que zomba do açoite Quando vive com o coração Mesmo entregue à própria sorte Com fome reparte o pão Assim pode ver até a alma Que não enxerga na distração Tal como água cristalina Transparente, não mostra o sal Habitada por gente humilde Só tristeza teria que dar Mas o mar quando quebra na praia A beleza é de alegrar O canto do negro não esconde O grito de um carijó Da arte à reconquista No combate não ficarei só Aí, como? Eparrei, Dorival! A saudade vem de longe Em teu nome fez um sinal