Desdenharam-me bem sei Quando um dia comecei A cantar dorida, o fado Não sabia o motivo Porque o fado é lenitivo Dum coração torturado Ao ver te todo perdidas As minhas esperanças mais queridas Sem ti, fui talvez bizarra E era doce ompanhia Prá minha melancolia O chorar duma guitarra Amaguras e cansaços A minha dor em pedaços Eu vou esquecendo a cantar E nos queixumes do fado Já não sei se é um trinado Se a minh’alma a soluçar Sei que me ouves lamentando As mágoas que vou cantando Só tu podes entender Vou meu canto dedicar-te Uma dor que se reparte Não custa tanto a sofrer