Galo cantou e Maria do açude volta Com a moringa de água E a roupa lavada A pouco enmoçou e painho tratou de arrumar Um marido de farda E bala na espingarda Em dia de arraiá, Maria lamenta Não pode cirandar, não pode cirandar, visse? Tem que se guardar pro noivo militar E pra sociedade ele a apresentar Então, naquela noite de São João Maria decidiu seguir seu coração Fugindo de toda opressão Que colheu durante sua vida no sertão Sem antes mostrar do que é capaz Na palma da sua mão comem todos os cabras Convicta ela sabe o que faz Rogando que o dia amanheça em paz Ela não vai mais voltar atrás Pois hoje a noite é de Maria Sorriso que ilumina Clareando noite do Maranhão à Bahia Hoje a noite é de Maria Ciranda que cativa O baião se rende ao encanto que irradia Abraçou a noite Deu as mãos pro mar Beijou seu destino pra nunca mais voltar Maria se foi, capitã da própria vida Maria se foi, capitã da própria vida